Reposição hormonal na menopausa: a influência da genética no tratamento
- faissolnatalia
- há 3 dias
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Se você está passando pela menopausa ou está se preparando para essa fase, é natural que queira entender até que ponto a reposição hormonal é segura para você.

A transição para a menopausa costuma gerar dúvidas nas mulheres: “será mesmo necessário fazer?”, “existe risco aumentado para câncer de mama”?
A boa notícia é que não existe resposta universal. Existe a SUA resposta e ela depende do seu corpo, da sua história de saúde e, muitas vezes, da sua genética.
Por que a reposição hormonal é indicada?
A menopausa, geralmente, vem acompanhada de alguns sintomas que trazem impactos na qualidade de vida e na saúde Além do famoso “calorão”, ela pode afetar o sono, humor, trazer secura à pele, cabelos e mucosa vaginal, perda óssea, falta de energia e disposição e impactar os relacionamentos e a autoestima.
A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma ferramenta valiosa para ajudar a minimizar esses sintomas, mas como toda ferramenta, deve ser usada com critério.
Quando a reposição hormonal costuma ser indicada e quando deve haver cautela
Existem situações que é preciso ter cautela ou até evitar a reposição, como por exemplo:
histórico pessoal de câncer de mama ou endométrio ou alterações prévias nesses tecidos
quando há fatores de risco elevados: obesidade, história familiar de câncer, exposição prolongada a estrogênio, entre outros;
trombose prévia,
algumas doenças hepáticas,
risco cardiovascular muito elevado.
O ponto é que os hormônios influenciam tecidos que respondem ao estrogênio e à progesterona, então é preciso entender se a reposição vai ajudar ou se pode aumentar algum risco para a mulher
Por isso, a decisão de usar ou não a TRH não deve ser automática e sim fruto de uma conversa cuidadosa entre médica e paciente, avaliando sintomas, saúde global, histórico pessoal e familiar.
E o risco de câncer?
O risco de desenvolvimento de câncer existe, mas depende de vários fatores. A ciência nos mostra alguns aspectos:
Terapias combinadas (estrogênio + progesterona) têm maior associação com aumento do risco de câncer de mama, principalmente com uso prolongado;
Terapia com estrogênio isolado pode aumentar o risco de câncer de endométrio se a mulher ainda tiver útero;
O impacto sobre câncer de ovário ainda é estudado, mas há pesquisas apontando aumento discreto de risco.
O papel da genética médica: quando consideramos o risco hereditário de câncer
Aqui entra uma área extremamente importante, onde a avaliação com uma médica geneticista pode oferecer orientação personalizada e embasada.
Muitas mulheres têm histórico familiar de câncer de mama ou ovário, ou mesmo carregam variantes genéticas de alto risco, como mutações nos genes BRCA1 / BRCA2. E isso precisa ser considerado.
A TRH pode fazer uma diferença enorme na vida de muitas mulheres aliviando sintomas, preservando saúde óssea, metabólica e da qualidade de vida. Ao mesmo tempo, há riscos, especialmente oncológicos, que não devem ser ignorados.
O papel da genética médica é muito importante, especialmente, quando há histórico familiar: é possível, com conhecimento e cuidado, explicar os benefícios e os potenciais malefícios, demonstrando os riscos e permitindo uma estratégia personalizada de saúde e prevenção para que a mulher tome uma decisão consciente sobre os potenciais riscos.



